sexta-feira, 6 de julho de 2007

Centro paroquial de Riola: importante obra na carreira de Aalto

A Igreja e o Centro Paroquial em Riola, na Itália, é a última obra religiosa que Aalto se dedica e esta consegue ser a mais completa e feliz soma de todas as experiências anteriores, interligando o edifício e contexto, colocando o campanário enquanto marco de um lugar sagrado, utilizando a planta trapezoidal como foco principal e altura do templo. Há a preocupação da luz como bem estar dos fiéis e as preocupações técnicas com os materiais e a acústica, tudo no sentido de enfatizar o foco eucarístico como centro da celebração.
O projeto foi desenvolvido entre 1966 e 1968, e a construção se realizou entre 1968 e 1980. Riola adapta-se às novas tendências litúrgicas do Concílio Vaticano II, no sentido de criar uma relação estreita entre altar e congregação e desses com o coro e o batistério, que agora não se coloca mais em separado, mas deve estar dentro da igreja, preferencialmente próximo ao altar, já que a igreja passa a admitir a todos os homens a experimentação do cristianismo antes de renderem-se a ele.
O conjunto italiano de Riola está colocado em sítio próximo a uma antiga via que leva à Bolonha, sobre o qual se estende velha ponte romana; no entanto, mais que a beleza local dada pelas árvores, pelo rio e pela referência histórica, destaca-se o jeito como Aalto prepara o lugar torná-lo lugar com atmosfera religiosa: o programa foi feito de modo a interferir o menos possível na paisagem, se articulando de modo a instaurar praça em frente à Igreja – espaço aberto público e religioso ao mesmo tempo – sob o mesmo céu que vê o campanário de grande porte se destacar entre o verde, e a igreja dominar a composição, com as salas paroquiais e a casa de repouso, mais afastada. A opção estrutural define espaço de nave assimétrica, em que o altar é o centro para onde converge o olho, estimulado pelos pórticos decrescentes, pelas vigas longitudinais e, sobretudo, pelos fachos de luz, dispostos no comprimento do espaço, vindos das lanternas; esses proporcionam uma atmosfera sagrada já que a luz aborda o espaço de forma suave. A cobertura proporciona um ritmo a volumetria, dando um aspecto de movimento e uma boa dose de dinamismo a obra.
O espaço de culto pode ser estendido pela abertura da grande porta dobrável, colocada na fachada principal. Como em nenhuma outra obra pode-se sentir força expressiva derivada da estrutura, já que os pórticos arqueados de concreto trabalham no sentido de mostrar peso, ao mesmo tempo em que aparecem como o esqueleto de um organismo que depende do destaque dos suportes para tomar forma, reforçar os limites e despertar o sagrado.

Planta baixa



































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