sexta-feira, 1 de junho de 2007

A madeira em enfoque nas obras de Alvar Aalto


Alvar Aalto, Aalto House, 1935-36





"A primeira característica essencial de interesse é a uniformidade da arquitetura careliana. Existem poucos exemplos comparáveis na Europa. É uma pura arquitetura de assentamento na floresta, em que a madeira domina quase cem por cento, tanto como material quanto como método de ensambladura. Desde o telhado, com seu sistema maciço de barrotes, até as partes móveis da construção, a madeira domina, na maioria das vezes ao natura, sem efeito desmaterializador que uma camada de tinta lhe confere. Além disso, a madeira é freqüentemente usada em proporções tão naturais quanto possível, na escala típica do material".


Alvar Aalto


Architecture in Karelia, 1941

A madeira é um material renovável, produzido em abundância pelo solo finlandês. Alvar Aalto foi patrocinado pela indústria madeireira finlandesa, o que fez com que este material esteja fortemente presente em suas obras. Isso levou-o a reavaliar o valor da madeira sobre o concreto enquanto material expressivo básico. Com isso, ele parece ter voltado aos poucos ao estilo arquitetônico textural do movimento românico nacional finlandês.
O primeiro sinal desse afastamento do Construtivismo internacional surgiu com sua própria casa, construída em Munkkiniemi, Helsinque, em 1936. A essa construção em forma de L, executada com uma colagem em alvenaria caiada, pranchas caneladas e jijolo aparente, seguiu-se seu projeto vencedor do concurso para o Pavilhão finlandês da Exposição Mundial de Paris, de 1937, uma estrutura de madeira com o título significativo de Le Bois est en marche (a madeira está a caminho). Era uma apresentação retórica da construção em madeira, e seus vários elementos de apoio expressavam as características específicas da madeira. No entanto, o Pavilhão finlandês era basicamente importante por sua formulação do princípio de planejamento de local que seria característico da carreira posterior de Aalto, segundo o qual um edifício dado é invariavelmente separado em dois elementos distintos, e o espaço de aparência humana. Em fase posterior de sua carreira, Aalto consideraria a passagem da expressão em concreto armado para a madeira e para os materiais naturais como algo da maior importância para o desenvolvimento de sua arquitetura.

Essa é a explicação necessária às formas escultóricas de Aalto, onde se vê, coberturas de diversas inclinações, estrutura de suportes leves e as sempre inteligentes aberturas altas, que levam diversas sensações lumínicas aos interiores através de entranhas.


Alvar Aalto, Pavilhão Finlandês, Exposição Mundial de Paris, 1937

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